Relação de troca volta a ser favorável ao produtor de leite

Relação de troca volta a ser favorável ao produtor de leite

Os custos de produção da pecuária leiteira registraram ligeira alta em abril. O Custo Operacional Efetivo (COE), que considera os desembolsos correntes das propriedades, aumentou 0,10% frente a março na “média Brasil”, composta por BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP.

Mesmo com esse pequeno aumento, a alta nos preços do leite tem favorecido a relação de troca – em abril, o preço médio líquido do leite pago ao produtor, na “média Brasil”, foi o maior para o mês, desde o início da série histórica, iniciada em 2004. Naquele mês, foram necessários 24,41 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg de milho, 9,4% a menos que em março/19. Já no comparativo com abril do ano passado, a retração foi de 29,2%, quando o cereal tinha média de R$ 39,92/saca. 

O leve aumento no COE foi influenciado principalmente pela elevação de 1,53% nos preços de adubos e corretivos no mesmo período. Essa valorização, por sua vez, é reflexo da alta do dólar frente ao Real e do acréscimo gradativo da demanda destes insumos para a safra 2019/20 de grãos. 

Além disso, a alta de 0,41% nos preços dos insumos de suplementação mineral também contribuiu para o avanço do COE. Com a proximidade do período seco, quando há menor disponibilidade de nutrientes e a produtividade das pastagens diminui no Brasil central, produtores tendem a aumentar a participação dos suplementos minerais na dieta dos animais. 

Por outro lado, o concentrado, um dos principais componentes dos custos das propriedades leiteiras do Brasil, se desvalorizou 0,68% entre março e abril, atenuando o aumento do COE. Esse efeito está atrelado à expectativa de uma safra de grãos volumosa, que pressiona as cotações do milho.

Por Yago Matias (Cepea)